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06, quarta, 19h: Um feminismo pioneiro: Andradina de Andrade e Oliveira e a luta pelo divórcio no Brasil, bate-papo com Hilda Hübner Flores e Rita Schmidt, com apresentação de Tenisa Spinelli. Fotos do evento.
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Depois do tema da educação, foi o do divórcio o mais candente na virada do século XIX para o XX. Isso porque, se a educação tinha seus paladinos entre homens e mulheres, o divórcio contava com mais atacantes que defensores. Desde o início do século XIX, houve escritoras e feministas, poucas é verdade, que lutaram pública e explicitamente em favor da separação oficial dos casamentos. Francisca Clotilde, Carmen Dolores e a portoalegrense Andradina de Andrade e Oliveira foram algumas dessas raras mulheres que se lançaram à luta pela obtenção do divórcio, só em 1977 finalmente alcançado no Brasil, depois de admitido o direito da mulher ao estudo e a uma profissão que lhe assegurasse a liberdade. Andradina apregoa a necessidade de divórcio para casamentos sem afinidade e mal estruturados.
As idéias de Andradina – expressas no livro Divórcio?, de 1912, com recente organização editorial para reedição pela historiadora Hilda Flores –, seu embate no contexto literário e político do início do século XX e os desdobramentos dessa luta para posteriores conquistas feministas no Brasil, são os temas que norteiam este evento, que tem participação das pesquisadoras Hilda Hübner Flores e Rita Terezinha Schmidt, com apresentação da jornalista e museóloga Teniza Spinelli.
Hilda Hübner Flores – professora mestre pela PUCRS, aposentada, historiadora, escritora de 18 livros editados. Entre suas obras constam Casas de espetáculos (Ediplat, 2013), Alemães na Guerra dos Farrapos (Edipucrs, 2008), Rio Grande do Sul\: Aspectos da Revolução de 1893 (com Moacyr Flores. Martins Livreiro, 1993). Na área temática de gênero, Sociedade: preconceitos e conquistas (esgotado), Mulheres na Guerra do Paraguai (Edipucrs, 2010), Dicionário de Mulheres (Ed. Mulheres, 2011) são exemplos de pesquisas pioneiras e importantes de Hilda.
Rita Terezinha Schmidt – doutora pela Universidade de Pittsburgh, EUA. É professora titular de literatura no Instituto de Letras da UFRGS e pesquisadora do CNPq. Com mais de 100 artigos em periódicos e capítulos de livros publicados no país e no exterior, organizou reedições de escritoras sul-rio-grandenses como Rita Barém de Melo (Sorrisos e Prantos, 1868/ 1998) e Andradina de Oliveira (O perdão, 1910/2010), além de várias coletâneas, dentre elas, Mulheres e literatura: (trans)formando identidades (Palloti, 1997), A ficção de Clarice: nas fronteiras do (im)possível (Sagra-Luzzato, 2003) e Sob o signo do presente: intervenções comparatistas (Ed. da UFRGS, 2010).
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APOIO:
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O encontro discute as complexas relações entre literatura e história a partir dos artigos publicados na coletânea Sobre as poéticas do dizer – Pesquisas e reflexões em oralidade, da Editora Letra e Voz.
O debate será apresentado por Rita Terezinha Schmidt, professora do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e terá a presença dos autores da recém-lançada coletânea.
‘Sobre as poéticas do dizer – Pesquisas e reflexões em oralidade’ reúne textos de pesquisadores de diversas proveniências disciplinares e geográficas que se reuniram em maio de 2009 no colóquio Literatura, História e Oralidade, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Seus autores abordam questões, conceitos, teorias, práticas e perspectivas metodológicas contemporâneas relacionadas aos seus temas centrais, incluindo debates sobre narrativa em Literatura e História, verdade e verossimilhança, cultura popular, cultura oral/cultura letrada, performance, tradição, memória e identidades coletivas.
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