Arquivo para 10 de março de 2010

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inscrições para a oficina de textos autobiográficos

O início das atividades foi adiado para a semana que vem.

As inscrições estão abertas.

Tapeçaria da memória: Oficina de produção de textos autobiográficos,

com Fabio Bortolazzo Pinto.

Turma 01: às quartas-feiras, das 18h às 20h, início em 17 de março

Turma 02: às quintas-feiras, das 16 às 18h, início em 18 de março

Na Palavraria

Investimento mensal: R$ 180,00 (4 encontros por mês)

Inscrições: Palavraria Livraria-Café
Rua Vasco da Gama, 165 – Bom Fim – Telefone 3268 4260
Informações com Fabio Bortolazzo Pinto
fones: (51) 97022108

e-mail: tintofibra@gmail.com

Tapeçaria da Memória
Oficina de Produção de Textos Autobiográficos
Orientação e Organização – Fabio Bortolazzo Pinto

A proposta da Oficina Tapeçaria da Memória é levar o participante a resgatar sua história de vida e construir um texto em que tal história se torne um registro coerente, significativo e interessante tanto para o autor quanto para o eventual público leitor. Para que este processo se efetive, durante cinco meses serão desenvolvidos vários exercícios e atividades visando a reconstrução – livre e criativa – dos momentos mais relevantes da existência de cada aluno. O processo de rememoração das experiências vivenciadas passa essencialmente pela construção de um ‘acervo de lembranças significativas’. Sendo assim a ideia é, através do relato oral, da coleta de imagens, objetos e todo e qualquer indício material ou simplesmente sinestésico da passagem do tempo, juntar as peças, ‘enrolar o novelo de linhas dispersas’ que será desenrolado para compor a tessitura destas ‘histórias de vida’.

Metodologia:

Nos primeiros encontros será estimulado o relato oral acerca dos fatos que parecerem importantes na biografia de cada paricipante. Na dinâmica deste relato já deve surgir a interação, a identificação e o debate acerca das visões de mundo apresentadas. Será priorizada então a análise dos objetos que, de alguma forma, ‘materializam’ a existência. Estes elementos devem funcionar como a base, a superfície em que serão dispostos os ‘fios’ da memória mais subjetiva. Descrever e justificar a importância destes objetos será o primeiro contato dos participantes com a escrita propriamente dita; entre aquilo que elaboraram e o que vai sendo registrado, uma série de questões estruturais/formais surgirão. É o momento em que tais questões (tipo e tom de registro, formas expressivas, textuais ou não) serão abordadas e discutidas pelo grupo.

Em seguida à análise de objetos significativos e símbolos internalizados pelos participantes, a oficina visa organizar cronologicamente os fatos mais importantes de cada uma das vidas apresentadas e analisadas durante o processo e a construção de textos que equacionem tanto as experiências mais íntimas quanto aquelas que dizem respeito ao papel, seja como agente ou testemunha, do processo histórico. Em outras palavras: a partir da crença de que cada indivíduo é parte de um grupo significativo para a história da sociedade e do mundo em que vive, pretende-se registrar o papel deste indivíduo em seu grupo e o papel deste grupo na vida deste indivíduo. Afinal, todos estamos expostos, experienciamos e elaboramos, direta, indiretamente e de forma quase sempre original, os acontecimentos do mundo que nos cerca.

Pretende-se trabalhar, pois, efetivamente, a elaboração e/ou reformulação de textos memorialísticos (autobiografia, diário, etc) que descerrem para o próprio autor e seus potenciais leitores a evidência de que cada história de vida tem um significado importante não somente para aquele que a vive mas como parte de uma história maior, que diz respeito a todos. Na terceira parte, por assim dizer, da Oficina, o foco será a ampliação do horizonte da memória, quer dizer, a inserção do íntimo, do ‘privado’ no contexto maior do convívio social e do consumo de informações: através de crônicas, notícias de jornal, registros históricos e literários (imediatamente associáveis ao período vivido pelos participantes) será feita a apreciação oral e escrita destes registros. O quarto momento será o de juntar, tecendo enfim num registro memorialístico amplo e significativo para cada um dos participantes, no formato que pareça mais adequado, um único texto, a ser lido, debatido e avaliado por todos. O quinto e último passo será aquele em que se buscará definir, se for o caso, a maneira como estes textos serão veiculados, expostos a um público maior, concluindo, assim, o processo de reflexão, construção e registro do trabalho desenvolvido na Oficina.

Em tempo: o compromisso tanto dos participantes quanto do ministrante da Oficina não é com a verdade histórica, mas com a recriação memorialística dos fatos relevantes que constituem aquilo que cada um entende como a sua verdade, aquilo que compreende a sua visão intransferível dos fatos e que não tem, necessariamente, que basear-se em evidências que a comprovem. Quer dizer: os participantes tem total liberdade para criar a própria autobiografia, se assim preferirem.

Ministrante:

Fabio Bortolazzo Pinto é Mestre em Literaturas de Língua Portuguesa pela UFRGS; autor da dissertação intitulada A ficção não é o que parece: autobiografia, cinematographia e escrita diarística em três romances de Carlos Sussekind http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/8576 Professor de Literatura do Ensino Médio nos Colégio Província de São Pedro e Concórdia e no Curso Pré-Vestibular Matéria Prima (Caxias do Sul); Responsável pelo Prefácio, Posfácio e Notas de A Correspondência de Fradique Mendes de Eça de Queirós (L&PM), A Carteira de Meu Tio e O Moço Loiro de Joaquim Manuel de Macedo (L&PM). Também mantém (i)rregularmente atualizado um blog: http://tudorelevante.blogspot.com

Sobre o Ministrante:

O Fabio é um dos melhores leitores de que tive notícia. Quando falo leitor, falo de um sujeito que lê não apenas a matéria inerte feita de papel-e-tinta. O Fabio lê pessoas, decifra-as. Foi ele quem me apresentou o Carlos Sussekind. O Fabio é um cara perigoso que, quieto, na dele, fica olhando e lendo. É, portanto, o sujeito certo para quem quer se aventurar na escrita da memória, essa maneira curiosa de se ler por dentro. Por isso, indico de olhos fechados a Oficina de Textos Autobiográficos do Fabio Pinto, ideia genial na concepção desde a primeira linha.

(Altair Martins, Professor de Literatura e Escritor, vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura como Autor Estreante em 2009 com o romance A Parede no Escuro – Ed. Record, 2008)

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